Iniciativa é certificada pelo Ministério do Meio Ambiente
Iniciado há 14 anos, o projeto Viveiro do Senado foi totalmente revitalizado nos últimos dois anos e transformado no Centro de Educação para a Sustentabilidade Ambiental Inclusiva. O Viveiro ocupa uma área de 800 mil metros quadrados, ao lado da garagem do Senado, próximo ao Setor de Embaixadas Norte, e tem despertado interesse de outros órgãos, como a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A iniciativa é certificada pelo Projeto Sala Verde, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), por preencher os requisitos para ser definido como espaço socioambiental para atuar como Centro de Informação e Formação Ambiental. Foram mapeados 18 serviços ambientais no espaço.
“Viveiro do Senado – Centro de Educação para a Sustentabilidade Ambiental Inclusiva” é um dos projetos finalistas na categoria Meio Ambiente e Emergência Climática do 7º Prêmio Espírito Público, organizado pelo Instituto República.org, que reconhece e valoriza servidores e servidoras do país.
O centro é uma área de Responsabilidade Socioambiental (RSA), por englobar ações e práticas para minimizar impactos negativos e promover o bem-estar social e a sustentabilidade ambiental. Sua área integra uma agrofloresta urbana, banco de sementes, compostagem de resíduos orgânicos, jardins dos povos originários e africanos e energia fotovoltaica, que é sustentável por ser uma fonte de energia limpa, renovável e inesgotável.
Espaço é pensado para ser acessível a todos os públicos
São 290 metros de trilhas acessíveis, com banheiros adaptados e rampas, além de oferecer materiais em braile, serviço remoto de Libras e audiodescrição. Tudo pensado para garantir a inclusão de todos os públicos, especialmente pessoas com deficiência.
“A área ocupada pelo Viveiro estava muito degradada há 14 anos. Com a instalação do Viveiro, o espaço passou a cumprir o papel de produção de mudas, que são doadas a visitantes. Na ressignificação da área, nos concentramos na produção de espécies nativas campeãs em sequestro de carbono que retêm grande quantidade de dióxido de carbono (CO2): Angico, Ingá, Ipê-roxo, Jatobá e Jacarandá”, explica o engenheiro agrônomo Humberto Mendes de Sá Formiga, diretor do Núcleo de Responsabilidade Socioambiental do Senado.
Humberto Formiga, servidor público há 25 anos, ressalta a relevância da realização desse tipo de projeto pelo Senado Federal, a câmara alta do Poder Legislativo brasileiro, que, em conjunto com a Câmara dos Deputados, compõe o Congresso Nacional.
“O Senado tem a capacidade de fazer a indução do tratamento de resíduos nas cidades, estimulando discussões nas câmaras municipais e também incentivando outras instituições. A AGU já está com um projeto em andamento, e o DNIT já demonstrou interesse em implantar um centro semelhante”, acrescenta Humberto.
Há duas parcerias que ampliam as possibilidades de que outras entidades invistam em projetos parecidos: a primeira é a Rede de Sustentabilidade do Legislativo, que reúne 75 organizações de variados níveis; a outra é o programa Interlegis, que já atua há mais de 20 anos auxiliando assembléias e câmaras municipais em seu crescimento.
Área tem centro de triagem para separação de resíduos
A coleta seletiva é uma das prioridades. Há um centro de triagem para a separação de plásticos, vidro e papel que beneficia cooperativas, a maioria comandada por mulheres. O espaço também converteu 3.300 lixeiras para o padrão de três cores.
A compostagem é outra parte fundamental na agenda ambiental. O Viveiro produz 20 toneladas de adubo por ano. São usadas técnicas para evitar que o local seja invadido por animais e insetos atraídos pelo material orgânico em decomposição. A utilização de borra do café consumido no Senado e o uso da grama cortada dos jardins do Congresso. A medida evita o mau cheiro e faz o ciclo do carbono eterno.
Manter a produção de mudas com o clima de Brasília não é tarefa fácil. O Distrito Federal é caracterizado por apenas duas estações bem definidas. Um verão chuvoso (de outubro a março) e um inverno seco, que vai de maio a setembro. O dreno e captação de água da chuva é fundamental. A água é armazenada em cisternas e destinada a irrigação usando aspersores de baixa vazão para economizar.
Educação ambiental como forma de garantir a longevidade do projeto
O espaço é visitado por alunos de instituições do Ensino Fundamental até o Ensino Superior. As visitas são guiadas por profissionais treinados. O passeio possibilita aos visitantes a contemplação da natureza, a exploração de conteúdos botânicos e culturais e o despertar da consciência ecológica.
Para os idealizadores, os efeitos positivos do Viveiro do Senado vão perdurar no tempo por meio da educação ambiental inclusiva. A longevidade do Viveiro do Senado também está no aspecto do projeto promover a biodiversidade, melhorar o microclima e disseminar práticas sustentáveis que sejam replicáveis.
Além disso, o projeto estimula hábitos duradouros alinhados à Agenda 2030 e às políticas públicas de equidade, acessibilidade e sustentabilidade. Mesmo que eventualmente desmobilizado, o projeto deixará marcas na formação de jardineiros, catadores e servidores, além da consciência crítica desenvolvida em estudantes e visitantes de instituições parceiras.

