Meio Ambiente

Felipe Guimarães

Florianópolis (SC)
Vencedor no eixo Meio Ambiente

Trajetória

Foi ainda na infância, enquanto brincava nas ruas de Florianópolis (SC), que o interesse de Felipe Guimarães pela biologia floresceu. Mesmo sem conhecimento técnico, ele conta que até hoje tem uma “memória botânica” de todas as plantas que decoravam os quintais da vizinhança. “Desde cedo, a biologia já estava em mim, eu só fui buscar o diploma”, brinca. 

No meio do caminho, Felipe também descobriu um talento especial para ensinar. Começou a dar aula em escolas da região aos 19 anos, antes mesmo de concluir o curso de Biologia na UFSC, em 2000. Apaixonado por aquele universo, ingressou no mestrado na UFSC em sequência. Até que começou a se perguntar se era capaz de fazer algo além de ensinar e começou sua história no serviço público em 2003, como analista ambiental em Ji-Paraná (RO). 

No meio da Amazônia, Felipe ficou responsável por identificar madeiras que eram extraídas da floresta. Sem uma capacitação prévia para a função, ele e outros fiscais ficavam reféns das empresas — na época, quem fazia a identificação eram os próprios madeireiros. Decidiu, então, fazer um curso introdutório sobre o tema em Brasília e encantou-se pelo o que aprendeu. Eterno professor, preparou algumas aulas básicas para compartilhar aquele conhecimento, reunindo poucas amostras de madeira e promovendo trabalhos de campo. E foi assim que deu início a uma grande transformação. 

“O conhecimento parado em mim não tem sentido nenhum, não há razão para existir. Agora, no momento em que eu consigo transformá-lo e fazê-lo fluir, ele pode tornar as coisas melhores”, afirma.

Logo na primeira turma, o resultado já pôde ser visto. A partir de um esquema de revezamento entre alunos, que fiscalizaram por um ano cargas de madeira na BR 364, diversas empresas que faziam exploração ilegal foram punidas. O curso de Introdução à Identificação Anatômica de Madeiras ganhou destaque e Felipe conseguiu construir kits com cada vez mais amostras. Em 2017, graças ao seu trabalho de identificação nos portos de Manaus (AM), foi realizada a maior apreensão de madeiras ilegais da história. 

Há 19 anos no Ibama, hoje Felipe viaja pelo Brasil capacitando fiscais e entidades ligadas ao meio ambiente. O trabalho contribui para o combate ao desmatamento e à exploração ilegal de madeiras em áreas de conservação e terras indígenas.

Por acreditar na educação como instrumento essencial para a preservação ambiental, Felipe Guimarães é finalista no eixo Meio Ambiente do Prêmio Espírito Público 2022.

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