Os caminhos profissionais do cirurgião dentista Leandro Leitzke sempre apontaram para o serviço público. Sua trajetória começou em 2009 na prefeitura de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Responsável pela criação de dois Centros de Especialidades Odontológicas e Serviços de Próteses Dentárias, que foram fundamentais para a população mais empobrecida da cidade, Leandro é um desses profissionais públicos que tem sede de fazer o melhor para quem mais precisa sempre.

O dentista esteve à frente de diversos projetos, entre eles, o Mão de Obra Prisional que ajudou a reformar hospitais da rede pública com mão de obra de apenados (presos). Enquanto Leandro era chefe de saúde bucal de Pelotas, em 2014, recebeu diversas reclamações de profissionais sobre as condições do consultório dentário no qual atendiam os apenados no Presídio Regional de Pelotas. Havia uma série de problemas de manutenção e desgaste de materiais que impossibilitava o trabalho. Ciente da escassez de recursos do contexto no qual estava inserido, Leandro conversou com o coordenador da penitenciária para avaliar a possibilidade dos apenados ajudarem nas obras. Alguns deles, que já contavam com experiências anteriores na área da construção civil, foram responsáveis pela reforma do local. A iniciativa despretensiosa foi extremamente bem sucedida: em poucos meses o primeiro consultório dentário estava pronto.

Devido os resultados positivos da primeira experiência, a iniciativa logo se tornou projeto e ganhou forma. Desde a criação do projeto, em 2015, quase 30 prédios da Saúde foram revitalizados e mobilizaram mais de 150 trabalhadores do regime semiaberto. “Fui tachado de louco algumas vezes, mas acreditei muito na possibilidade real de se tornar uma experiência bem sucedida”. A iniciativa integra ainda as oportunidades de ressocialização do programa Segunda Chance, do Pacto Pelotas pela Paz, que busca a redução da criminalidade e a promoção de uma cultura de paz, a partir de ações que passam por toda a sociedade.