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Conheça as trajetórias vencedoras do Prêmio Espírito Público 2021 no eixo Assistência Social
Conheça as trajetórias vencedoras do Prêmio Espírito Público 2021 no eixo Assistência Social

Dedicação, amor, ética e senso de coletividade são marcas de quem escolhe trabalhar na Assistência Social. Estes também são atributos do espírito público.

Desde a promulgação da Constituição de 1988, a Assistência Social é reconhecidamente um direito no Brasil. O Estado é responsável por promover apoio à população, sobretudo aos grupos em situação de vulnerabilidade. No centro do exercício desse direito, estão os profissionais que materializam no dia a dia as políticas públicas relacionadas à área.

É o caso dos três vencedores do Prêmio Espírito Público 2021, na categoria Pessoas que Transformam, eixo Assistência Social: Rosangela Pereira, Elder Gabrich e Adriana Melo.

Rosangela Pereira: transformando o serviço público em defesa da equidade de gênero

Natural do Rio de Janeiro, nascida em um território carente de ações e políticas que assegurem o básico à população, Rosangela traduz em seu trabalho o significado da Assistência Social. “Para mim, é cidadania, direito, equidade, o acesso ao mínimo”, afirma.

Rosangela foi vencedora destaque pelo desempenho à frente de um Centro Especializado de Atendimento à Mulher, no município do Rio de Janeiro. Mesmo com uma articulação frágil e pouco reconhecimento, a assistente social transformou a unidade Chiquinha Gonzaga no apoio às mulheres vítimas de violência. Os atendimentos saltaram de 879 em 2017 para 3.074 em 2020. A equipe da unidade, antes formada por assistentes sociais e psicólogas, ganhou apoio jurídico, o que garantiu a ampliação do serviço. O trabalho realizado inspirou outras trajetórias e deixou um legado: auxiliou pesquisas, formações profissionais e elaboração de projetos com outras instituições. 

Elder Gabrich: transformando o serviço público pelo combate à pobreza 

Outra história inspiradora é a de Elder Gabrich, de Minas Gerais, onde é servidor público na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social desde 2015. Como um menino pobre e pardo, do interior, ele despertou desde cedo para as causas sociais, e viu na educação o principal caminho para romper ciclos de pobreza.

O primeiro grande projeto do qual participou e que abriu portas foi o “IdAcolhimento”, um indicador que mede a qualidade das Unidades de Acolhimento voltadas para crianças, adolescentes, adultos e idosos vítimas de violência ou violações de direitos.

Em 2017, com o projeto “AproCIMA”, ele ajudou a identificar, por meio de imagens de satélite, famílias residentes em áreas isoladas e aproximá-las dos municípios. Durante a pandemia, também colaborou com a concepção de um programa de renda emergencial chamado Renda Minas, uma iniciativa pioneira no estado que garantiu, em 2020, renda mínima para aproximadamente 2,5 milhões de mineiros em situação de extrema pobreza.

“O serviço público é o caminho para melhorar a sociedade. Às vezes, é o único caminho. E ganhar o Prêmio Espírito Público é a confirmação de que o que temos feito, de fato, tem levado coisas boas para a população”, enfatiza Elder Gabrich.

Adriana Melo: transformando o serviço público em prol do direito à saúde

Ela é a prova de que profissionais da área da saúde têm um papel social fundamental. Mesmo com dificuldades e poucos recursos financeiros, a médica fez uma descoberta que revolucionou o entendimento sobre os efeitos do zika vírus.

Paraibana, Adriana Melo iniciou a carreira pública há 17 anos, como obstetra no setor de alto risco da Maternidade Municipal de Campina Grande. Foi no ano de 2015 que, acompanhando a gestação de uma paciente, ela notou que o feto tinha um tipo diferente de má formação no crânio. A moça grávida relatou ter tido zika vírus. Após sucessivos quadros da doença, a médica começou um longo trabalho de pesquisa e foi a primeira pessoa da história a publicar casos de microcefalia fetal relacionados ao vírus. Seu estudo é referência no mundo todo e teve como resultado a descoberta da Síndrome Zika Congênita.

Mas o que importava mesmo para Adriana era o cuidado com as pessoas vítimas do surto. Fruto de um olhar humanizado, um projeto de assistência multidisciplinar, liderado por ela no Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), atende cerca de 200 crianças que foram acometidas pela doença no Brasil e em Angola.

“Se a gente pensar no objetivo do que é ser funcionário público, você pensa em atender pessoas. Pessoas remontam à coletividade… E coletividade nos diz que sozinhos não somos capazes. Ter espírito público é isso, é querer compartilhar o que é essencial com todas as pessoas”, define.

Acredite no seu poder de transformação. 

As inscrições para o Prêmio Espírito Público 2022 estão abertas.