Motivar e engajar. Esses são os principais objetivos dos profissionais que fazem gestão de pessoas. No setor público, esse trabalho ganha outra dimensão, pois impacta diretamente na qualidade dos serviços prestados à sociedade, que juntos constituem o cerne da cidadania, promovendo o acesso a direitos básicos, como saúde, educação, moradia e alimentação.
Por outro lado, sabe-se que a carreira pública é marcada por desafios característicos, que para serem solucionados, não dependem apenas de um bom plano relacionado a recursos humanos. É aí que entra a inovação, elemento muito bem explorado pelos vencedores e vencedoras do Prêmio Espírito Público 2021 no eixo Gestão de Pessoas.
Ladimir Freitas: amplo programa digital
Como diretor técnico da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), Ladimir Freitas precisou lidar com um quadro de grande insatisfação entre o corpo de funcionários e um cenário crítico de forma geral na instituição. “Tínhamos que mudar e garantir a continuidade da Prodemge, então decidimos que, por meio da transformação digital, poderíamos contribuir para um melhor serviço voltado ao cidadão, e não existe transformação digital sem gestão de pessoas. Para servir, você tem que abrir mão, às vezes, de questões meramente pessoais, você tem que pensar no coletivo, você tem que pensar no todo”, explica.
Seguindo essa linha de pensamento, ele deu foco ao propósito do trabalho das equipes: servir as pessoas. Envolveu-se com a criação de um amplo programa de transformação digital chamado #PRODEMGE4.0, que melhorou o clima interno, aproximou a companhia de boas práticas de mercado e colaborou para que a instituição tivesse saldo financeiro positivo após sete anos de balanço negativo. Para Ladimir, ter Espírito Público é “colocar na cabeça que o propósito de servir transforma realidades”.
Luana Faria: novos modelos de trabalho
A criação de soluções inovadoras para melhorar a experiência dos servidores também é uma das bases do ofício de Luana Faria, de Brasília (DF), líder do LA-BORA! gov, um laboratório de inovação, na Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal (SGP), do Ministério da Economia. Uma das iniciativas diz respeito à criação de novos modelos de trabalho no setor público, que ampliou a mobilidade e as oportunidades para os servidores e servidoras. Com isso, eles conseguem colocar em prática suas competências humanas e de inovação, em prol dos cidadãos.
Desde dezembro de 2019, quando foi inaugurado, o laboratório já alcançou mais de 214 serviços. Mais de 35 mil servidores foram diretamente impactados, de mais de 80 órgãos diferentes do setor público brasileiro, além de mais de 100 mil visualizações dos vídeos disponíveis no canal do laboratório do Youtube. A avaliação anônima dos usuários quanto aos serviços reflete a percepção e o impacto na vida dos servidores: 98% avaliaram a experiência como boa ou excelente e 98% disseram que participariam novamente de ações do LA-BORA! gov.
Se o LA-BORA! gov anima servidores e cidadãos, o Prêmio Espírito Público age da mesma forma sobre Luana, que se sente ainda mais encorajada a incentivá-los, num círculo virtuoso. “Esse reconhecimento do trabalho me move para alcançar pessoas que não têm ambiente de segurança psicológica e que acham que inovação não é para elas. O objetivo é apoiá-las a se reconectarem com seu espírito público, como eu também me reconectei”, destaca Luana.
Alex Cavalcante Alves: trabalho seguro durante a pandemia
A história de Alex Cavalcante Alves, de Brasília (DF), traz a marca da pandemia da Covid-19. Em um momento em que todos sentiam medo, ele proporcionou segurança, saúde e bem-estar a partir de um plano inovador. À frente da Superintendência de Recursos Humanos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Alex implementou o teletrabalho em larga escala, adotando um modelo que se tornou referência. O plano contou com a criação de uma estrutura de ambulatório híbrido, ferramentas de capacitação adaptadas, atividades de integração para colaboradores e suas famílias, além de um painel com indicadores da evolução da doença no quadro de funcionários. Tudo para que o serviço continuasse sendo oferecido de maneira adequada à população, sem expor os funcionários aos riscos de contaminação.
“A gente usou esse valor da preservação da saúde e do bem-estar das pessoas como norte, adotou medidas rápidas em termos de gestão de pessoas e envolveu todas as áreas necessárias”, explica Alex. Graças ao sucesso das iniciativas, a pesquisa interna de clima alcançou os melhores resultados da história da Agência, mesmo diante de um momento tão difícil.
Acredite no seu poder de transformação.