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Profissionais de destaque na segurança pública unem inteligência, técnica e ciência

A função da segurança pública vai além de proteger o cidadão da violência, é garantir que os direitos de todas as pessoas sejam respeitados. A frase célebre “o seu direito começa quando o do outro termina” tem relação direta com o papel da segurança pública e a manutenção da ordem, no sentido de resguardar a integridade dos cidadãos e do patrimônio, seja ele público ou privado.

Embora não seja a única, a polícia é a instituição-chave da segurança pública. No interior dos órgãos policiais, há uma série de equipes que trabalham no combate a ações criminosas aliando inteligência, técnica e ciência.

Ana Rosa Campos: segurança via Whatsapp para mulheres vítimas de violência doméstica

Nascida no interior de Minas Gerais, Ana Rosa Campos sempre se interessou por matérias relacionadas aos direitos humanos quando era universitária. Após ingressar na Polícia Civil, em 2012, direcionou esforços para defender grupos vulnerabilizados, em especial, as mulheres.

Durante a pandemia, em um contexto crítico de aumento da violência doméstica e subnotificação de casos, ela criou o projeto “Chame a Frida”, dando a oportunidade da vítima denunciar mesmo estando confinada com o agressor. Frida é uma atendente virtual do WhatsApp que funciona 24 horas por dia e encaminha as mensagens que chegam para um policial de plantão. A ferramenta ainda identifica a urgência do atendimento e a vítima pode até enviar a sua localização.

O município de Ana Rosa, Manhuaçu, abraçou o “Chame a Frida” de tal forma que virou um projeto de lei, com a finalidade de ser implementado em todo o estado. Além do Prêmio Espírito Público 2021, Ana e seu trabalho foram reconhecidos por outras iniciativas pelo país. “Esse reconhecimento me encheu de alegria por mostrar que, na polícia, existem pessoas que se importam de verdade com a segurança dos cidadãos”, comemora.

Cintia Aires: monitoramento criminal em Pelotas em prol de uma cultura de paz

Outra mulher com uma forte história de transformação na segurança pública é a guarda municipal Cintia Aires. Filha de agricultores familiares, a gaúcha passou por várias dificuldades. Quando tinha 11 anos, seu pai foi preso e, de repente, ela se viu com a responsabilidade de compartilhar com a irmã e a mãe o sustento da família. Aos 13 anos, ela dividia a rotina da escola com o trabalho infantil.

Em razão do período sofrido, Cintia resolveu que seu futuro seria diferente, com mais estabilidade. Com 22 anos, ingressou na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e cursou Geografia. Anos mais tarde, ela entrou para a Guarda Municipal. Lá, aplicando os conhecimentos em Geografia, Cintia criou, em 2017, o Observatório Municipal de Segurança Pública, que monitora os dados criminais de Pelotas e tem o objetivo de melhorar o policiamento, além de diminuir as ocorrências na cidade. O observatório faz parte do projeto “Pacto Pelotas pela Paz”, da prefeitura, que compreende um conjunto de estratégias em prol da redução da criminalidade e da promoção de uma cultura de paz.

Em apenas três anos, todos os indicadores criminais foram reduzidos. “A gente tem uma redução de mais de 80% de crimes violentos, letais e intencionais em relação ao começo do projeto. Também tivemos redução dos crimes patrimoniais, como roubo a pedestre, roubo de estabelecimento comercial e financeiro, roubo e furto à residência, roubo e furto de veículos, entre outros”, informa Cintia.

A iniciativa vem inspirando outros municípios a implementarem seus próprios observatórios. Cintia foi uma das vencedoras do Prêmio Espírito Público 2021 no eixo Segurança Pública e, desde então, colhe os frutos da conquista. Além de homenagens, foi convidada para assumir o Comando da Guarda Municipal de Pelotas, a primeira mulher a ocupar o posto em 32 anos de instituição.

Felipe Scarpelli: gestão de riscos em terminais portuários

A trajetória de Felipe Scarpelli é mais uma prova da importância de ações de inteligência para combater o crime.

Pelos portos brasileiros, muitas atividades ilegais são realizadas, como o tráfico e o contrabando de drogas, armas e pessoas, além da pirataria. Mas Felipe elaborou um método de gestão de riscos, direcionado, em parceria com a Conportos. A Análise de Riscos com Ênfase na Segurança Portuária (metodologia Aresp) permitiu que novas medidas de proteção fossem criadas nos terminais, evitando a ocorrência dos referidos crimes.

Formado em Engenharia de Produção, Felipe é policial federal e exerce as suas funções como analista de decisão, ao desenvolver modelagens que auxiliam o processo de tomada de decisão. O profissional considera-se um pesquisador, ao procurar um equilíbrio entre a tecnicidade e a prática, tendo em vista o percurso trilhado na área de Inteligência da PF. Como um dos vencedores do eixo Segurança Pública em 2021, ele acredita de verdade no poder de transformação do profissional público. “É fundamental que tenhamos servidores cada vez mais proativos, que desenvolvam soluções que tragam benesses à sociedade como um todo”, afirma.

 

Acredite no seu poder de transformação.