Desenvolvimento de capacidades, qualificação profissional e exercício da plena cidadania em um ambiente adequado. Um dos direitos básicos mais fundamentais, a educação é a chave para a promoção da justiça social e da equidade.
Essa é a base do trabalho que a equipe do Programa Escola Digna, vencedora do Prêmio Espírito Público 2021 no eixo setorial Educação, desenvolve em São Luís, Maranhão.
O estado possuía os piores índices educacionais do país e um dos problemas principais era a precariedade na infraestrutura das instituições de ensino. “Todas as vezes em que saíamos em uma mídia nacional, era para mostrar como eram nossas escolas, as escolas de taipa, cobertas de palha”, lembra Maria das Graças, que integra a equipe do Escola Digna.
Salto nos números
O cenário começou a mudar em 2015, quando o programa, inicialmente voltado para sanar questões estruturais básicas, saiu do papel. Com sua ampliação, por meio da frente Pacto pela Aprendizagem, 79 novos centros de educação integral foram construídos, com um público de aproximadamente 15 mil estudantes. Mais de 300 escolas passaram por reformas e 92% das crianças e adolescentes com deficiência foram incluídas em classes comuns. De 2013 a 2019, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da rede estadual subiu de 2,8 para 3,7 e o índice de aprovação no Enem e demais vestibulares chegou aos 72%.
O grande trunfo da Escola Digna, de resgatar, de trazer essa dignidade, está no fato de trabalharmos na infraestrutura educacional com as práticas pedagógicas. Nasce de uma vontade de garantir um direito fundamental, uma educação de qualidade em um ambiente adequado, investindo na formação e valorização dos professores – destaca Amanda de Aquino, também membro do grupo vencedor.
Apesar de todos os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, o programa não paralisou as atividades. Pelo contrário, buscou garantir que, em casa, os estudantes continuariam tendo aulas e acesso aos conteúdos. “A gente tentou de todas formas levar a internet aos estudantes. Todos os professores foram agraciados também com computadores, com a informática, com a distribuição de chips”, informa Teresa Vilaça, integrante do time de profissionais responsáveis pelo programa.
Da taipa à alvenaria: transformação para além da educação
Patrícia Mesquita, também parte da equipe vencedora, ressalta como a mudança na estrutura das instalações afeta o entorno. “O que é mais impactante na substituição das escolas de taipa por escolas de alvenaria é que não só levam o prédio escolar, mas também dignidade para as comunidades. Muitas vezes é naquele momento que chega a água encanada, uma torre de energia elétrica, em que os estudantes têm contato com aparelhos sanitários nos banheiros”, explica Patrícia.
Ao lado de Maria das Graças, Amanda, Teresa e Patrícia, completa o time Rawlley Tavares, que resume o espírito do programa. “Para ser alguém na vida, não há outro caminho se não a educação. A Escola Digna pega o nada e transforma em tudo, é a transformação de uma vida escolar, que vai desde o aluno ao professor”, conclui.
Acredite no seu poder de transformação.
As inscrições para o Prêmio Espírito Público 2022 vão até 17 de agosto.