Meio Ambiente

Lívia Passos Martins

Salvador, Bahia

Trajetória

Há 19 anos como profissional pública, Lívia Passos Martins iniciou sua carreira como professora de biologia em escolas públicas de Salvador, na Bahia. Atualmente, Lívia é Analista Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Sua trajetória é marcada pela determinação e coragem. Livia sempre demonstrou foco nos seus objetivos, superando os desafios da profissão e da pouca representatividade feminina na instituição. Em 2002, quando ingressou no Ibama, no Pará, região norte do país, ela não imaginou que seria a única mulher a integrar a equipe.

A profissional pública atuou na gestão do Parque Nacional da Amazônia, no município de Itaituba. Região marcada por conflitos e crimes ambientais. Os grupos de garimpeiros e madeireiros ilegais transformam a região em um local inseguro e violento. No começo de sua atuação em Itaituba, Lívia percebeu a precarização e as dificuldades que iria enfrentar na região. “O medo é permanente, mas o maior medo é que todo o esforço não valha a pena”.

Em 2010, Lívia coordenou a atividade de Inteligência Ambiental na Sede do Instituto em Brasília. A profissional conta que o maior desafio de sua trajetória foi incluir o Ibama no Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), incorporando a temática ambiental para ser acompanhada pela atividade de inteligência no Brasil. O instituto é o único órgão ambiental que desempenha atividade de inteligência no Brasil. O Ibama tornou-se exemplo nacional na implantação da inteligência associada às ações de proteção ambiental. Esta atividade contribui às principais operações de fiscalização do Instituto, definindo modelos de detecção de fraudes ambientais, gerando um número crescente de operações exitosas em todos os biomas para proteção de nossos recursos naturais e de toda a biodiversidade associada.

A profissional reforça a importância de estratégias especializadas para enfrentar e combater crimes ambientais. “A atividade de inteligência estruturada, institucionalizada e eficaz é crucial para identificar fraudes e combater ilícitos ambientais no país, subsidiando as ações de proteção ambiental do Ibama, além de proteger a vida dos agentes que atuam em campo”. No entanto, ao longo da sua trajetória, a profissional entendeu que o serviço público vai além de demandas técnicas: é necessário também uma dose de empatia.

No Mato Grosso, quando trabalhou como superintendente entre os anos de 2016 e de 2019, gerou resultados no controle na taxa de desmatamento, a redução significativa de créditos virtuais ilegais de produtos madeireiros e o encerramento de empresas fantasmas. Foi nesta época também, que Lívia percebeu como a população enxergava nos profissionais do Ibama uma “autoridade” capaz de solucionar problemas que não estavam ligados diretamente ao meio ambiente. “Era comum receber bilhetinhos com denúncias de todos os tipo: assédio, agressão, violência sexual, entre outros”. Mesmo sem poder de atuação nesses crimes, os profissionais encaminhavam as queixas para as autoridades responsáveis.

O legado deixado por Lívia prova que o esforço dela e da sua equipe foram fundamentais para avançar no combate de crimes ambientais em diversas regiões do país. A trajetória da profissional é exemplo para todos àqueles que acreditam que é possível transformar a realidade e combater crimes ambientais com uma boa dose de técnica e resiliência.

Carla Guaitanele – Finalista

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