Projeto
Francisco Lino Coelho dedicou 40 de seus 65 anos aos presidiários do Ceará. Consciente de que as más condições das cadeias brasileiras dificultam a reabilitação, o agente penitenciário criou projetos de ensino, saúde e trabalho. Para isso, teve e ainda tem que resistir à ideia, entre os próprios servidores públicos, de que os presos não devem ter direitos.
Na Cadeia Pública de Caucaia, que administra desde 2011, Lino elaborou um serviço para dependentes de drogas, o primeiro do Brasil para presos em regime fechado, e usou doações e mão de obra dos presos para construir uma sala de aula, além de consultórios médico e odontológico. Sua preocupação com a educação começara na administração da Cadeia Pública de Maracanaú, de 2003 a 2008, quando levou professores ao local e instalou uma sala de aula com computadores, por meio de convênio com a prefeitura.
Lino ajudou a interromper uma sequência de rebeliões no Instituto Penal Paulo Sarasate, onde foi agente de 1998 a 2000, após confirmar maus-tratos no local. Ele se orgulha do estímulo à inserção de egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, tendo conseguido contratar um deles como motorista de viatura.